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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Quando o perigo mora em casa

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A violência doméstica ainda é um dos fatos mais lamentaveis que assolam a nossa sociedade. Ocorrida dentro do seio familiar, esse tipo de violencia é vivida principalmente pelas mulheres.
Ano após ano, mulheres são agredidas não somente de forma física, mas também moral por parceiros que em um momento ou outro as fizeram acreditar que poderiam ser felizes de alguma forma. Somente em Ponta Grossa, de acordo com dados da Delegacia da Mulher, 2,4 mil casos de violência doméstica foram registrados em 2009. Um número que pode parecer pequeno se levarmos em conta de que mais de 50% da população pontagrossense é mulher, ou seja, mais de 140.000 habitantes são do sexo feminino. Porém já é senso comum de que a maioria das mulheres agredidas sequer chegam a prestar denuncia. Diante disso, podemos presumir que esses indicadores são maiores na realidadeEsse fato se deve a várias circunstâncias, entre elas, a dependencia financeira e, em alguns casos, psicológica dessas mulheres que esperam que, de alguma forma, o parceiro caia em si e mude de conduta. Entretanto, a mudança de conduta está atrelada a outros fatores externos que influenciam consideravelmente na vida do casal, como o uso de álccol e de outros entorpecentes, coisas que são dificeis de se enfrentar quando o individuo já se encontra viciado.
A mulher, submetida a uma sociedade machista, sente-se oprimida e fraca para poder enfrentar toda uma estrutura de coação apresentada já nos primeiros meses de vida. Por isso, se quisermos pensar que uma mudança nesses números é possivel, devemos fazer com que, desde cedo, nossas crianças aprendam a conviver entre iguais. Que nossas filhas sintam-se apoiadas a seguirem suas vidas em busca da felicidade e que nossos filhos aprendam que o respeito é um pilar que deve sustentar nosso caráter. Somente dessa forma, criando a consciência de que todo ser humano, independente de sexo, idade ou orientação religiosa ou sexual, deve ser respeitado e protegido de qualquer tipo de agressão, poderemos reverter esse cenário.
Além disso, devemos demonstrar que qualquer tipo de violência é passivel de punição pelos dispositivos legais. A lei Maria da Penha foi um grande avanço nesse sentido, pois ela garante que o agressor será punido pelo crime que cometeu. Porém, de nada adianta a lei estar somente no papel, e as mulheres, principais interessadas em que a lei seja respeitada não reivindiquem seu cumprimento.

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