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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

As mulheres e a política

Foi-se o tempo em que lugar de mulher era exclusivamente em casa cuidando dos filhos e do marido. Hoje, após anos de luta pela igualdade de direitos, temos mulheres em todos os setores da economia, destacando-se pela competência e profissionalismo. No entanto, ainda existe um setor onde as mulheres não conseguiram demonstrar todo o seu potencial: a política.
De acordo com o último relatório divulgado pela ONU em 2009 sobre o progresso das mulheres no mundo, o Brasil ocupa o penúltimo lugar em toda a América Latina em número de mulheres ocupando cadeiras nas câmaras federais. Dentre os 513 deputados federais, somente 9% são mulheres, ou seja, menos de 50 mulheres em todo o Brasil ocupam cadeiras da Câmara Federal. Vale lembrar que esse número não se restringe às Câmaras Federais, pode ser estendido aos outros cargos do legislativo.
Embora a legislação preveja que os partidos políticos devam contar com no mínimo 30% de mulheres em seus quadros, a representatividade da mulher ainda é praticamente nula no país. Isso se torna palpável quando analisamos que apesar do sistema de cotas ser previsto pela Lei nº. 9.504, em vigor desde 1997, o número de mulheres que disputam nas eleições fica distante do que é assegurado. E isso, obviamente, não se deve ao fato de as mulheres não possuírem ‘feeling’ para a política. Parece que ainda existe um certo receio em confiar os rumos da política ao sexo feminino. Outro fato interessante a ser lembrado é de que, segundado dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o eleitorado feminino corresponde a 51,7% do total de 130 milhões de eleitores inscritos na Justiça Eleitoral. Esses dados demonstram que, mesmo sendo maioria, as mulheres não exercem o direito de votar cientes da força que possuem.
Por diversos motivos arraigados na nossa cultura, a mulher ainda é desencorajada a traçar caminhos políticos, deixando, mesmo que inconscientemente, a missão de cuidar do futuro do país totalmente nas mãos masculinas. Algo fácil de entender em uma sociedade patriarcal e tradicional, que 'renasceu' para a democracia há menos de 30 anos, considerando a época da redemocratização após o regime militar.
Contudo, mesmo que esquecida, a força da mulher pode e deve se fazer presente nas decisões mais importantes. Quebramos barreiras enormes quando passamos a ocupar postos de trabalho no início do século XIX de forma sutil nos períodos de guerra e na década de 70 onde buscamos de forma intensa a nossa liberdade financeira e quando asseguramos o nosso direito ao voto ainda na década de 1930. Por isso, está mais do que claro que as mulheres possuem tanta força e competência quanto os homens e devemos quebrar essa 'barreira política' em busca de uma sociedade mais humana e mais justa.


Selma Cogo é mulher Pontagrossense!

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