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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Morrer ou morrer? Eis a questão.

Morte clínica é o termo usado para definir o estado do indivíduo após os órgãos que o mantém vivo pararem de funcionar.
Todos nós só temos uma certeza na vida. A de que iremos com certeza - algum dia - morrer.
Atualmente, quando requerida, a morte é definida como morte cerebral ou biológica. A pessoa só é dada efetivamente como morta quando o cérebro para de funcionar. Assim permite-se a doação de órgãos.
Creio que se na vida preza-se tanto a dignidade, na hora de morrer também creio que se deve ter no mínimo um pouco de dignidade. A cidade de Ponta Grossa conta hoje, com mais de dez cemitérios. O Cemitério Municipal São José é o mais famoso da cidade, por ser central e por ter pessoas ilustres enterradas lá. Porém, há um agravante. Como todo lugar central, não há mais para onde crescer, e a falta de espaço para os mortos em breve tornar-se-á um problema.
O que ninguém pensa é que também para morrer, existem gastos. Muitas famílias não tem condições mínimas de sobreviver, imagine só condições para morrer descentemente?!
Sou a favor da idéia de que o estado deve arcar com todos os gastos de um funeral para pessoas que, principalmente, não tem condições de se bancar. Aqui em Ponta Grossa o município fornece um caixão e a capela mortuária para que o corpo possa ser velado. Oferece também um enterro simples em algum cemitério.
Na hora que algum ente querido morre, é muito doloroso pensar nos outros. Mas eu peço encarecidamente que a família opte pela doação de órgãos. Uma pessoa é capaz de salvar a vida de pelo menos outras sete, pois hoje em dia tudo pode ser doado, até mesmo a pele.
Para doar órgãos são necessários tais pré-requisitos:

· Ter identificação e registro hospitalar; * Ter a causa do coma estabelecida e conhecida; * Não apresentar hipotermia (temperatura do corpo inferior a 35ºC), hipotensão arterial ou estar sob efeitos de drogas depressoras do Sistema Nervoso Central; * Passar por dois exames neurológicos que avaliem o estado do tronco cerebral. Esses exames devem ser realizados por dois médicos não participantes das equipes de captação e de transplante; * Submeter-se a exame complementar que demonstre morte encefálica, caracterizada pela ausência de fluxo sangüíneo em quantidade necessária no cérebro, além de inatividade elétrica e metabólica cerebral; * Estar comprovada a morte encefálica. Situação bem diferente do coma, quando as células do cérebro estão vivas, respirando e se alimentando, mesmo que com dificuldade ou um pouco debilitadas.

Brasil dispõe do maior programa público de transplantes do mundo, tendo realizado mais de 8.500 transplantes em 2003 e tendo uma fila de espera de quase 60 mil pessoas no mesmo ano. Apesar de existirem muitos doadores, o número ainda não é necessário para atender toda a fila de pessoas que esperam por um transplante.
Creio que as pessoas que morreram devam ter condições dignas para serem sepultadas e enterradas, e creio também que todos tema obrigação de pensar no próximo e serem doadores de órgãos.
A doação, acima de tudo, é um gesto de amor ao próximo. Cristo, há dois mil anos atrás, disse, esperando ser ouvido por todos “Amai uns aos outros, assim como eu os amei.”

Um comentário:

  1. Como vc diz dignidade igual para todos e quanto a DOAÇÃO DE ORGÃOS acho que falta e muita ainda é divulgaçao, tem mjitos que dizem que não são doadores por medo, medo este que o ente querido ainda esteja vivo e venham a sub-trair seus orgãos.
    Materia de bom gosto
    Aldir

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